Após a sentença, Justiça expediu o alvará de soltura para Josemar Santos da Silva. Ele foi condenadopor homicídio, omissão de socorro, evasão do local para fugir da responsabilidade e direção de veículo automotor sob efeito de álcool. Lucas dos Santos (à esquerda) morreu após carro dirigido por Josemar da Silva (à direita) o atingir em alta velocidade em maio de 2023
Arquivo pessoal e reprodução
O motorista Josemar dos Santos Silva foi condenado a 8 anos e quase três meses de prisão em regime inicial semiaberto por atropelar e matar o mototaxista Lucas Fernandes dos Santos, de 25 anos, em maio do ano passado.
A decisão do júri popular foi tomada nesta terça-feira (2), durante sessão da 1ª Vara do Tribunal do Júri, em Rio Branco e revoltou a família, que esperava uma pena mais severa.
Josemar Silva, que trabalha como serralheiro, foi condenado por homicídio, omissão de socorro, evasão do local para fugir da responsabilidade e direção de veículo automotor sob efeito de álcool.
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Com a sentença, o juiz determinou que fosse expedido o alvará de soltura do motorista. A decisão deixou a mãe do motoxista, Marinalda Alves, inconformada. Veja detalhes abaixo.
O acidente ocorreu na noite de 7 de maio na Estrada da Floresta em Rio Branco. Imagens da câmera de segurança do local flagrou quando Lucas dos Santos estava em pé ao lado da motocicleta quando foi atingido pelo carro de Josemar Silva. O veículo passou em alta velocidade e atingiu a vítima.
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Com o impacto, Lucas dos Santos foi arremessado, bateu a cabeça e morreu no local antes mesmo de receber socorro da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Após atropelar o mototaxista, o acusado fugiu do local, mas voltou cerca de uma hora depois e foi preso em flagrante.
Um vídeo gravado por mototaxistas mostra o momento da prisão e também a frente do carro do serralheiro, que ficou amassada.
Ao ser interrogado pela polícia, serralheiro limitou-se a confirmar que estava dirigindo seu veículo por volta das 3h e, em seguida, preferiu permanecer em silêncio. No entanto, em entrevista ao g1 no dia 8 de maio, o advogado dele, Robson de Aguiar de Souza, confirmou que o cliente disse ter ingerido bebida alcoólica.
Durante o processo, a defesa tentou derrubar o dolo do crime, afirmando se tratar de um caso culposo e queria que o caso fosse julgado pela Vara de Acidente de Trânsito da Comarca de Rio Branco. Contudo, a Justiça manteve o teor da denúncia destacando que o acusado fugiu do local do acidente e deixou de prestar assistência à vítima.
‘Inconformada’
Ao g1, a mãe de Lucas dos Santos, Marinalda Alves Fernandes, disse que não conseguiu participar do julgamento porque não foi informada antecipadamente. Ao saber da sentença, a agricultora chorou e chamou a decisão de injustiça.
“Estou inconformada, me sentindo injustiçada porque ele acabou com a vida da minha família, vivo doente e não é justo. Ele estava bêbado, em alta velocidade e não acho justo. A família está toda sofrendo, a pena foi baixa, sei que meu filho não vai voltar, mas preciso fazer algo”, lamentou.
Lucas do Santos morreu após ser atropelado por um motorista embrigado em maio de 2023
Arquivo da família
Ainda segundo Marinalda, o filho do mototaxista está passando necessidades sem o pai. Ela contou que a família pediu uma pensão alimentícia para a criança.
“Não avisaram pra gente. Minha sobrinha olhou ontem [segunda-feira, 1] o processo e tinha apenas para marcar a audiência. Descobrir hoje nove horas que estava acontecendo o julgamento. Não estou conformada com essa pena, ele disse que dormiu no volante, voltou para a cena do crime. Meu filho não volta, mas eu quero que pague pelo o que fez. Essa dor vou levar para o resto da vida. Estamos todos revoltados”, criticou.
Sentença
O advogado do acusado, Robson de Aguiar de Souza, destacou que foi levado em consideração o tempo que Josemar Silva ficou preso, mais de um ano, no momento de decidir sobre a soltura do acusado.
Durante o julgamento, foram ouvidos os policiais que atenderam o caso, o acusado e o passageiro que Lucas dos Santos carregava na hora do acidente.
“Foi levado em consideração as boas antecedências. Logo depois do julgamento foi expedido o alvará de soltura. Ainda não consegui pensar se vamos recorrer, a gente queria que fosse julgado por homicídio culposo, que não há intenção de matar. Não sei se haverá recurso”, argumentou.
O promotor de Justiça Ildon Maximiano Neto, do Ministério Público Estadual (MP-AC), atuou no caso.
Carro que atropelou mototaxista ficou com a frente destruída após impacto
Reprodução
Ficha criminal
A certidão de antecedentes criminais de Josemar dos Santos Silva anexada ao processo da morte do mototaxista mostra uma vasta ficha de crimes pelos quais ele já respondeu na Justiça.
Conforme o documento, Silva já respondeu por crime de trânsito, em 2009; crime de ameaça em 2010, 2015 e 2019; violência doméstica contra a mulher, em 2018; desobediência e desacato em 2012.
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